sábado, 1 de março de 2014

Shotokan - Kihon

Kihon (基本 ou きほん, básico, fundamental?), nas artes marciais japonesas, refere-se normalmente às técnicas básicas, consideradas princípios fundamentais, como o kendoaikido ekarate.
O conteúdo dos treinos são compostos atualmente de repetições das técnicas, reduzidas neste contexto, àqueles movimentos de aprendizado mais natural: as sessões com práticas dekihons permitem até ao praticante inicial de uma arte marcial melhorar a velocidade e a potência de suas técnicas, junto com a correção da respiração, dos movimentos de pés e da postura.
Os kihons são movimentos de defesa e ataque praticados pelo carateca, na formação da estrutura básica da postura, bem como na execução de seus movimentos. Podem ser aplicados parado ou em movimento (andando). São utilizados nomes em japonês que associados ao kihon definem o número de repetições dos movimentos. Por exemplo: kihon go ho - são 5 repetições do kihon; kihon san - são 3 repetições do kihon. Há ainda o kihon parado (kihon sonoba). Muito utilizado para o fortalecimento da postura do praticante da arte marcial. 
O caminho do karate é vislumbrado pela primeira vez durante os exercícios de kihon e o sentimento de dever cumprido se manifesta com maior intensidade, mesmo quando o corpo está exausto e quase sem forças para andar. O kihon é uma prática que deve ser feita e desenvolvida para que o karateca aprenda a controlar seus ataques e defesas, pois a partir de um momento aonde se encontra o verdadeiro objetivo do karatê o karateca se transforma em uma arma, tanto suas mãos como seus pés servem de pedra e elástico e seu cotovelos e joelhos servem como rochas que esmagam e sua respiração serve como água, pois a água absorve qualquer ataque. Sabendo controlar sua respiração sua defesa será imbatível e seus ataques mortais. É a prática das técnicas fundamentais sem oponente, os ataques e as defesas devem ser praticados regularmente, aplicados com a máxima concentração e esforço possíveis, de uma maneira rápida e precisa. Isto é, as sessões de kihon permitem ao praticante melhorar a velocidade e a potência de suas técnicas, ao mesmo tempo em que tentam corrigir a respiração, os movimentos de pés e as posturas.
As ações se exercitam de forma simétrica, pela direita e pela esquerda, o que leva a um desenvolvimento físico e técnico equilibrado. Ao melhorar o nível técnico dos estudantes e ao fazer-se mais equilibrado por ambos os lados, estes se voltam espiritualmente mais equilibrados e em harmonia com a natureza. Sendo neste momento, quando surge realmente o entendimento do “Caminho”.
O objetivo do karatê e se defender de quem ataca e propor paz aos dois lados mostrando um coração puro e sem maldade, digo eu que aquele que usa da arte para o mal ele o consumirá, sendo assim o melhor karateca e aquele que evita a luta, pois so assim ele chegará a entender e aprender o karatê-do. Um kihon pode ser movimentos em sequência rápida ou lenta ele serve para sentir a força e a leveza e demonstrar sabedoria através de seus movimentos será analisado seus objetivos tais como humildade e respeito.

Masatoshi Nakayama Sensei (1913-1987) 

De acordo com o sensei Masatoshi Nakayama, o karateka deve praticar Kihon tendo em conta:

Forma- O equilíbrio e a estabilidade são necessários para as técnicas básicas. Dando um pontapé — onde só uma perna agüenta o peso de todo o corpo — é um exemplo de técnica onde é importante o sentido do equilíbrio do karateka. Os movimentos de Karate implicam a mudança constante do centro de gravidade corporal, o qual exige um bom equilíbrio e um bom controle do corpo. Ademais, o karateka requer posições e posturas estáveis para dar um máximo impacto num golpe ou para resistir o máximo impacto de uma vez.

Força e velocidade- A força se acumula com a velocidade.A energia muscular, por si mesma, não será capaz de fazer a ninguém sobressalente nem em artes marciais nem em qualquer outro esporte. A potência do kime numa técnica básica de karate se origina pela concentração máxima de energia no momento do impacto e isto depende muito da velocidade com que se produz a ação, não obstante, a velocidade é inefetiva sem controle. Para melhorar isto se precisa um completo conhecimento da dinâmica do movimento e sua aplicação.

Concentração e relaxação da força- O maior nível de potência vem de concentrar a energia de todas as partes do corpo no objetivo, até então, o karateka deve permanecer descontraído e evitar gerar força desnecessária. Como princípio básico, a força será zero ao começo, atingirá cem no momento do impacto e voltará a zero imediatamente depois.

Liberar-se da força desnecessária não significa relaxar a condição de alerta, sempre se tem de estar preparado e pronto para aplicar o movimento seguinte.

Aumento da energia muscular-O conhecimento da teoria e dos princípios não tem valor se falta uma musculatura elástica, forte e bem treinada que permita realizar as técnicas. O fortalecimento dos músculos requer um adestramento constante. Também é desejável conhecer que músculos devem usar-se em cada uma das técnicas. Os músculos que trabalhem por completo e com harmonia produzirão umas técnicas mais fortes e efetivas.

Ritmo e coordenação- Em qualquer esporte a atuação de um bom atleta é muito rítmica sempre, o mesmo ocorre no Karate. Nenhuma técnica tem lugar em solitário, na combinação das técnicas básicas, o karateka deve pôr atendimento na coordenação delas bem como nas técnicas em si mesmas. Adquirir sentido do ritmo e do tempo é uma forma excelente de progredir na arte do Karate-do. Utilização dos quadris- O movimento dos quadris joga um papel fundamental na execução das diversas técnicas de Karate-do. A rotação dos quadris dá força à parte superior do corpo ajudando-nos assim a realizar murros e bloqueios com mais força. A proximidade dos quadris com o centro de gravidade do corpo as constitui os pilares da força, os movimentos estáveis, o bom equilíbrio e a forma correta. É por isto que os instrutores recordam com freqüência a seu corpo discente que há que “bloquear e golpear com os quadris”.

Respiração- O karateka deve combinar perfeitamente sua respiração com a execução das técnicas. Respirar adequadamente aumenta a habilidade do karateka para relaxar-se e concentrar a máxima força em suas técnicas. A respiração adequada (sacando o ar quando se executa um golpe) é imprescindível para fazer kime corretamente, esta não deve ser uniforme, senão que tem de mudar segundo mudem as situações. A ordem destes pontos é casual, isto é, o fato que a respiração esteja em último lugar não quer dizer que seja o menos importante. Todos os pontos citados aqui acima são de igual 


Reproduzido: http://karateitapaje.wordpress.com/2011/09/30/kihon/

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Shotokan - Niju kun

O Niju Kun é a síntese do pensamento de Funakoshi sobre como deve ser o espírito do praticante de caratê. São os vinte preceitos compilados pelo sensei Gichin Funakoshi com o propósito é dar subsídios acerca da prática cotidiana da modalidade, servindo também como um guia para o autoconhecimento.


História

Os mestres do caratê sempre derem muito relevo ao comportamento de um carateca, haja vista que suas habilidades trariam também grande responsabilidade pelo uso das mesmas. O mestre Funakoshi, também preocupado com esse aspecto, a exemplo de outras grandes mestres, compôs um código ético próprio.

Texto

一、空手は礼に初まり礼に終ることを忘るな 。
karate wa rei ni hajimari rei ni owaru koto o wasuru na
1. Não se esqueça que o caratê deve iniciar com saudação e terminar com saudação.
二、空手に先手無し 。
karate ni sente nashi
2. No caratê não existe atitude ofensiva.
三、空手は義の補け。
karate wa gi no tasuke
3. O caratê é um apoio da justiça.
四、先づ自己を知れ而して他を知れ。
mazu jiko o shire shikoshite hoka o shire
4. Conheça a si próprio antes de julgar os outros.
五、技術より心術。
gijutsu yori shinjutsu
5. O espírito é mais importante do que a técnica.
六、心は放たん事を要す。
kokoro wa hanatan koto o yōsu
6. Evitar o descontrole do equilíbrio mental.
七、禍は懈怠に生ず。
wazawai wa ketai ni shōzu
7. Os infortúnios são causados pela negligência.
八、道場のみの空手と思うな。
dōjō nomi no karate to omou na
8. O caratê não se limita apenas à academia.
九、空手の修行は一生である。
karate no shūgyō wa isshō dearu
9. O aprendizado do caratê deve ser perseguido durante toda a vida.
十、凡ゆるものを空手化せ其処に妙味あり。
arayuru mono o karate kase soko ni myōmi ari
10. O caratê dará frutos quando associado à vida cotidiana.
十一、空手は湯の如く絶えず熱を与えざれば元の水に返る。
karate wa yu no gotoku taezu netsu o ataezareba moto no mizu ni kaeru
11. O carate é como água quente. Se não receber calor constantemente, esfria.
十二、勝つ考えは持つな、負けぬ考えは必要。
katsu kangae wa motsu na, makenu kangae wa hitsuyō
12. Não pense em vencer, pense em não ser vencido.
十三、敵に因って転化せよ。
teki ni yotte tenka seyo
13. Mude de atitude conforme o adversário.
十四、戦は虚実の操縦如何にあり。
ikusa wa kyojitsu no sōjū ikan ni ari
14. A luta depende de como se usam os pontos fracos e fortes.
十五、人の手足を劔と思え。
hito no teashi o ken to omoe
15. Imagine que os membros de seus adversários são como espadas.
十六、男子門を出づれば百万の敵あり。
danshi mon o izureba hyakuman no teki ari
16. Para cada homem que sai do seu portão, existem milhões de adversários.
十七、構えは初心者に、あとは自然体。
kamae wa shoshinsha ni, ato wa shizentai
17. No início, os movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais.
十八、型は正しく、実戦は別もの。
kata wa tadashiku, jissen wa betsu mono
18. O treino das técnicas deve ser de acordo com o movimento correto, mas na aplicação torna-se diferente.
十九、力の強弱、体の伸縮、技の緩急を忘るな。
chikara no kyōjaku, karada no shinshuku, waza no kankyū o wasuru na
19. Não se esqueça de aplicar corretamente:  alta e baixa intensidade de força; expansão e contração corporal;  técnicas lentas e rápidas.
二十、常に思念工夫せよ。
tsune ni shinen kufū seyo
20. Estudar, praticar e aperfeiçoar-se sempre.

Reproduzido: http://pt.wikipedia.org/wiki/Niju_kun

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Shotokan- Caracteristicas

O estilo Shotokan caracteriza-se por bases fortes e golpes no corpo inteiro.8 Os giros sobre o calcanhar em posição baixa dão fluidez ao deslocamento e todo movimento começa com uma defesa. Este é um estilo em que as posições têm o centro de gravidade muito baixo, e em que técnicas como um "simples" soco direto são difíceis de se dominar, porém quando a técnica é dominada o seu poder é incrível e quase sobre-humano.
Alguns tendem a classificá-lo como uma evolução do estlio shuri-te ou shorin-ryu. Entretanto, há divergências porque as bases do shotokan são precipuamente baixas, enquanto que em shuri-te são altas. Ademais, há golpes como mae geri e ushiro geri, que não são comuns nos estilos shorin, mas estão presentes no estilo de Funakoshi.
Neste estilo são levados a sério fatos como: a concentração e o estado de espírito, pois sem concentração e um estado de espírito leve porem determinado a técnica de pouco servirá, devendo estes dois atributos expandirem-se com a pratica e determinação.

Ética

O caratê moderno, ou kara-te-do, pretende ser muito mais do que uma disciplina de combate, mas, antes de tudo, o fito é proporcionar ao praticante um meio de evolução pessoal completa. Nesta cércea, os rituais, concebidos para serem praticados em todos os locais de treinamento, propõem uma série de atitudes e gestos que facilitam as relações entre eles deixando claro o desejo comum de obedecer a uma ordem válida para toda a comunidade e para cada um. A intenção do praticante é sempre a de estimular o progresso coletivo na arte sem perder, contudo, o desenvolvimento individual.
A prática do caratê está repleta de exercícios fortes e combativos, porém não se pode perder de vista o espírito de conciliação, buscando a vitória pela harmonia, pela paz, e olvidando as atitudes egoístas, pelo que tenta fazer incutir a ideia de que o grupo faz parte do indivíduo: um carateca deve treinar com seu companheiro com todo respeito e consideração, pois o considera como parte de si mesmo e sem o qual não há treinamento.
É, pois, de fundamental importância tratar o companheiro com cortesia e agradecimento, haja vista o colega proporcionar um aprendizado mais achegado à realidade. Deve-se ainda ao instrutor respeito e agradecimento pela transmissão dos conhecimentos e pela dedicação e esforço em ensinar segredos que foram por muitos séculos restritos a uma minoria privilegiada.

Tem-se como máxima que respeitar é se fazer respeitar. Conciliar e nunca confrontar é o princípio básico. Esquecer-se da palavra "eu" e substituí-la pela palavra "nós" é a essência do ensinamento. Outro ponto fundamental é que se treina caratê para a vida. Portanto, fica claro ao praticante e ao grupo que o fundamental não é vencer, não é derrubar, não é ser o mais forte, mas descobrir o potencial individual, o centro das ações e se, ele não for o centro, colocar-se em uma de suas órbitas, de acordo com suas reais condições.

Cumprimento


Uma demonstração tradicional de cortesia é o cumprimento, isto tanto é verdade que ele é realizado no início e no final da aula de frente para o Shomeni (forma de agradecimento àqueles que desenvolveram a arte). Ao cumprimentar, deve-se mirar para baixo e não na face do seu oponente, pois cruzar o olhar com alguém durante um cumprimento é sinal de falta de confiança. O cumprimento pode ser feito de duas maneiras distintas:
  • Ritsurei (立礼?), cumprimento em pé, em posição natural ou shizentai;
  • Zarei (座礼?), cumprimento em posição de seiza.
O cumprimento deve acontecer nas situações a seguir:
  1. Quando se entra ou sai do dojô;
  2. Quando o professor entra ou sai do dojô;
  3. No início e final de um combate;
  4. No início e final da aula;
  5. No início e final de um kata;
  6. No início e final de um exercício com um companheiro.
A maneira correta de se cumprimentar é, partindo-se da posição natural, curvar o corpo apenas em 30 cm e segurá-la por meio segundo e retornar a posição ereta. O zarei é realizado a partir da posição seiza, inclinando-se o corpo e as mãos descem suavemente das coxas para o chão, formando um triângulo onde a fronte tocará.

Reproduzido: http://pt.wikipedia.org/wiki/Shotokan




sábado, 8 de fevereiro de 2014

Shotokan - Origem


Shotokan (松涛館) é um dos estilos de caratê que surgiu dos ensinamentos ministrados pelo mestre Gichin Funakoshi e por seu filho, Yoshitaka Funakoshi. O repertório técnico do estilo foi baseado no do Shorin-ryu, mas, devido aos estudos empreendido pelo filho do mestre e sua influência, várias técnicas foram incorporadas e/ou modificadas, de modo a refletir o escopo almejado, que era o de valorizar mais o lado desportivo e físico como forma de promover o desenvolvimento pessoal.
Mestre Funakoshi em princípio não denominou o que ele ensinava de um estilo próprio, mas, antes de tudo, afirmava que ensinava caratê. Por outro lado, é certo que ele ensinava aarte marcial de acordo com sua visão e entendimento particulares sobre a mesma, mas isso seria explicado — também segundo o próprio mestre comentava — como uma consequência natural, pois vários professores ensinariam uma mesma disciplina de modos diferentes. Entretanto, alguns de seus alunos, como forma de o homenagear, manufaturaram uma placa com a inscrição Shotokan, eis que Shoto era a alcunha que o mestre assinava suas obras, pelo que o dojô passou a ser conhecido como "casa de Shoto".
A despeito de outros mestres tentarem antes e contemporaneamente, foi o estilo de mestre Funakoshi que logrou êxito em vencer as barreiras culturais opostas a Oquinaua e difundir o caratê pelo resto do Japão, modificando nomes de técnicas e adaptando outras.
O Shotokan foi totalmente baseado no estilo Shorin-ryu,tanto que o criador era praticante desse estilo.O Shotokan foi criado para a correção de alguns detalhes e ocultar a influência chinesa por conta da rivalidade entre o Japão e a China, para ser bem recebido pela divulgação em Tóquio em 1921.

Formação
Em Okinawa, o pequeno Gichin Funakoshi, por volta de 1880, no fim da infância e começo da adolescência, começou a praticar o caratê sob os auspícios do mestre Anko Asato — experto nos estilos shuri-te, de caratê, e Jigen-ryu, de kenjutsu — que era amigo de seu pai e tinha sido discípulo do grande mestre Bushi Matsumura.
O jovem Funakoshi, além de outros interesses muito caros, tinha especial apreço pelas artes marciais, sempre buscando novos ensinamentos. Assim, não depois de enveredar pelo karatê, passa a treinar com mestre Anko Itosu, com quem aprende as principais técnicas. Por outro lado, o aprendizado se deu com outros mestres de renome, com os quais, além de obter novos conhecimentos, também foi influente, como Kenwa Mabuni, Kanryo Higaonna, Chojun Miyagi.
O mestre Itosu empreendera sérios esforços para popularizar a arte marcial, não sendo muito bem-sucedido, porém talvez o mais significativo seja a mudança de nome da arte marcial desarmada de Okinawa, de tode (mão sínica) para karate (mão vazia), o que significou naquela época, fim do século XIX, uma enorme mudança de paradigma e o rompimento de uma barreira cultural. Funakoshi fez parte dos movimentos e despendeu novos esforços, no sentido de popularizar o caratê não só em sua terra natal mas em todo o Japão. Calhou de, em 6 de março de 1921, o príncipe herdeiro Hirohito assistir a uma demonstração encabeçada por Gichin Funakoshi, no castelo de Shuri, ajudado por seus discípulos e pelo mestre Miyagi.
Depois, em 1922, surgiu o convite do mestre Jigoro Kano — criador do judô — para que fosse foi feita uma demonstração pública do caratê no instituto Kodokan. Como causou muito boa impressão, Gichin Funakoshi permaneceu em Tóquio por mais algum tempo, a ministrar aulas.3
Por volta de 1935, tem início um movimento de alguns discípulos de Gichin Funakoshi, para ter um lugar próprio de treino de caratê e, em 1936, esse esforço dá resultados e é finalmente construído um dojô (道場, sítio de treino?) em sua homenagem e o chamaram de Shotokan, ou "casa de Shoto", colocando uma placa com tal inscrição nos umbrais da entrada. Shoto era o pseudônimo com que Funakoshi assinava seus textos. Infelizmente, o prédio original foi destruído durante um bombardeio durante a II Guerra Mundial.
Gichin Funakoshi não acreditava na diversificação de estilos, e sim que todo o caratê deveria ser um só, mesmo com as diferenças naturais de ensino que variam entre os professores, posto que seu estilo ainda fosse tradicional e intimamente conectado ao estilo Shorin-ryu, com bases altas e golpes duros, tendo como base a filosofia do Budo, em cujo conteúdo há a consciência da busca constante pelo aperfeiçoamento pessoal, sempre contribuindo para a harmonização do meio onde se está inserido, por intermédio de muita dedicação ao trabalho, treinamento rigoroso e vida disciplinada. O praticante do caratê tradicional caminha em direção dessas metas, formando seu caráter, aprimorando sua personalidade.
Noutra mão, o estilo Shotokan era uma escola aberta a novos conceitos, desde que se mostrassem eficientes no escopo do mesmo, que era o aprimoramento moral e físico. Neste sentido, o desenvolvimento do estilo foi mui influenciado pelo o sensei Yoshitaka Funakoshi, filho do mestre, o qual dava o exemplo de afinco ao treinamento e carreou elementos de outras artes marciais japonesas, como os chutes laterais e o emprego de bases bem mais baixas do que aquelas exercitadas nas escolas derivadas dos estilo Shuri-te e Shorin-ryu. Tanto é assim que se pode identificar dois momentos distintos na evolução do Shotokan: a formação, feita por Gichin Funakoshi, e o amadurecimento, encabeçado por Gigo Funakoshi.
A meta imaginada quando do estabelecimento do dojo de Shoto era fazer da arte marcial um contributo para a formação integral do ser humano, não podendo, portanto, ser confundido com uma prática puramente esportiva. "Tradição é um conjunto de valores sociais que passam de geração à geração, de pai para filho, de mestre para discípulo, e que está relacionado diretamente com o crescimento, maturidade, com o indivíduo universal."
A famosa expressão do mestre Gichin Funakoshi - Karate ni sente nashi (空手に先手なし? No caratê não existe atitude ofensiva) - define claramente o propósito antiviolência.
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Se o adversário é inferior a ti, então por que brigar?
 Se o adversário é superior a ti, então por que brigar?
Se o adversário é igual a ti, compreenderá o que tu compreendes...
então, não haverá luta.
 Honra não é orgulho, é consciência real do que se possui.”
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O verdadeiro valor do caratê não está em sobrepujar os outros pela força física. Nesta arte marcial não existe agressão, mas sim nobreza de espírito, domínio da agressividade, modéstia e perseverança. E, quando for necessário, fazer a coragem de enfrentar milhões de adversários vibrar no seu interior. É o espírito dos samurais.

Cisão
Quando se mudou para Tóquio, mestre Funakoshi admitiu como aluno o já experiente lutador de jiu-jitsu Hironori Otsuka, que ficou impressionado com as proezas que os caratecas faziam em suas demonstrações.6
Eventualmente, Otsuka tornou-se instrutor de caratê shotokan, mas, em 1930, as divergências sobre a condução da arte tornaram-se mais acentuadas, pelo que os mestres chegaram ao consenso de seguirem caminhos diferentes. Dessa primeira cisão nasceu o estilo Wado-ryu, que incorpora técnicas de jiu-jitsu e gotende ao repertório do caratê, dando mais ênfase à pratica de kumite.
Após a morte de Gichin Funakoshi, outras dissensões tornaram-se evidentes. Alguns defendiam a participação em torneios e disputas e outros mantinham-se arraigados à proposição inicial de proibir quaisquer tipo de embate, devendo a arte ser desenvolvida principalmente por meio do treinamento reiterado de kata. Apartada, veio a lume a linhagem Shotokai.
A linhagem Shotokan foi assumida por Masatoshi Nakayama, e permaneceu única (isto é, sob a direção da JKA) até 1977, quando o mestre Hirokazu Kanazawa formou outra dissensão. Nesta última, ao longo do tempo pequenas diferenças foram-se acumulando, principalmente quanto à execução de katas. E, no início do século XXI, outros katas passaram ser treinados, o que acentua ainda mais o distanciamento.

Há ainda a linhagem Asai-ha, do mestre Tetsuhiko Asai, na qual pretende-se fazer resgate de alguns conceitos do caratê tradicional e, bem assim, foram criados e adaptados outros kata.

Reproduzido: http://pt.wikipedia.org/wiki/Shotokan


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Bases do Karate

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..ZENKUTSU-DACHI.....NEKOASHI-DACHI.......KIBA-DACHI..........SHIKO-DACHI........KOKUTSU-DACHI .....MUSUBI-DACHI

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UCHINACHIJI-DACHI......HEIKO-DACHI......KAKE-DACHI....TSURUACHI-DACHI....SANCHI-DACHI


Reproduzido: http://estiloshotokan.blogspot.com.br/2008/01/bases-do-karate.html

Explicação sobre as mais utilizadas pelos iniciantes:

Musubi dachi

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Musubi dachi (結び立ち) é formado desde Heisoku dachi mantendo-se juntos os calcanhares e as pernas, mas com os pés um ângulo de 45º, aproximadamente, mas diferentemente daquela, cujos significado e aplicações são vários e dependentes da situação concreta, o escopo precípuo de Musubi dachi é estabelecer uma consciência, estabilidade de guarda, a qual proporciona (em si mesma) proteção em várias direções ao mesmo tempo. Destarte, as relações do budô, ao fazer cumprimentos e/ou reconhecimentos e, bem assim, no começo e no fim dum kata, são sempre feitas nesta posição, sempre pronto para um ataque. A posição é usada em saudações no início e término dos treinos.
Existe, por outro lado, um outro sentido mais amplo para a base. É que a palavra musubi é geralmente escrita com caracteres que significam para "concluir" ou "fechar", mas pode também ser escrita com caracteres que querem dizer "inúmeros" ou "infinito". Neste aspecto, portanto, o conceito da base traria consigo a conotação de infinitas possibilidades ou que o lutador está preparado para enfrentar quaisquer situações, de luta ou não.

Kiba dachi

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Kiba dachi (騎馬立ち) faz-se com os pés paralelos à mesma distância das bases kokutsu dachi ou zenkutsu dachi, o dobro da largura dos ombros, com o peso distribuído uniformemente, compartilhando ainda a mesma altura. A base também é conhecida como "posição de cavaleiro" ou "posição de equitação", pois a pessoa assume a postura como se estivesse montando um cavalo.
Em que pese sua aparente fragilidade frontal, a postura é muito vigorosa lateralmente, o que propricia ao lutador bastante estabilidade para aplicação de técnicas em paralelo à disposição das pernas, tais comoempi-uchi ou uraken-uchi.

Kokutsu dachi

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Kokutsu dachi (後屈立ち postura retro-flexionada), ou nigeashi dachi (逃足立ち), tem como principal característica é sua estrutura semelhante à da Zenkutsu dachi mas de forma contrária, com o praticante mirando em direção ao pé de trás. Com isso, a transição para uma postura mais ofensiva é bastante favorecida e eventuais contragolpes são potencializados, pois, tanto a transição quanto o ataque tornam-se bstante muito fluidos com o giro da cintura. Ou, caso seja necessário mudar o foco para outro adversário que ataque pela retaguarda, a alteração será bastante natural. Aproveitado sua vocação defensiva, há grande proteção à articulação do joelho da perna frontal, que tem condições de absorver um ataque direto com a flexão rápida e, bem assim, contra rasteiras.
No estilo Shotokan-ryu, a base é conhecida por alguns como gyaku zenkutsu dachi e aparece nos katas Enpi e Heian godan (tradicional); não é treinada senão na execução dos katas.

Zenkutsu dachi

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Zenkutsu dachi (前屈立ち) é formada com o praticante apoiando na perna dianteira, na proporção de 60% a 70% nesta perna; de abertura longa, a distância entre as pernas e mesma das bases kokutsu dachi,kiba dachi ou Shiko dachi. Trata-se de uma postura avançada e ofensiva. Sua estrutura é concebida para a cobertura de grandes áreas no escopo de fazer penetrar as técnicas ofensivas e interceptar possíveis contra-ataques.
Um particularidade do estilo Shotokan-ryu é que há duas formas de executar a base: uma postura velha e uma nova. Segundo as visões das linhagens mais tradicionalistas dos estilos, como Shotokan-Ryu, eShito-Ryu, mantendo-se mais fiéis ao Shuri-te, o pé frontal posiciona-se levemente para dentro e o traseiro, para frente, com a articulação do joelho inflexível na perna traseira, enquanto a outra (frontal) articula-se de molde a deixar a perna perpendicular ao solo, formando ângulo de 90° com o pé. Ao movimentar-se, o praticante, aprovitando da tensão imposta ao pé traseiro, aproveita essa energia impulsionando o corpo com a parte koshi do pé; para finalizar o momvimento, da base Ayumi dachi o praticante desloca livremente a perna avançada na abertura da base heiko dachi até o ponto final, ainda relaxado, e, encaixando a cintura, acerta a postura, já novamente tensionada.

Seiza

 Jud-seiza.svgSeiza (正座) é feita em posição genuflexa, permanecendo o budoca sentado sobre as panturilhas.

Reproduzido: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bases_do_carat%C3%AA

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O conceito de Kiai – 氣合

Kiai não deve ser traduzido como “união dos espíritos” e nem “grito do espírito” ou “espírito em forma de grito”.Kiai [氣合] pode ser feito sem som. A tradução mais próxima desta expressão seria “focalizar a energia vital” [氣=ki / 合=ai], a ideia é conduzir o efeito do movimento da energia emocional/vital para o adversário ou o alvo, através da concentração desse efeito num único ponto, no instante exato do kime [uso correto da potência muscular]. Além disso, ki não pode ser materializado, pois não é energia da mesma natureza que a energia descrita na física. Energia é matéria. Portanto quando falamos em Ki, que é algo que pertence ao domínio de potentia (o nível de possibilidades descrito por Werner Heisenberg), ao sutil, e não ao domínio físico, imanente, falamos de algo que está além da experiência objetiva e externa.
Vale lembrar também que Awazu é outra palavra [合う], não é sinônimo exato para Ai.
União, na cultura japonesa, como a ideia de unir mente e corpo por exemplo, como na yoga, é expresso pelo conceito “toitsu” [統一], literalmente “tornar uno”. União no sentido de “centrado” ou “inteiro” é expresso pelo conceito de “musubi” [結び].
O espírito, na cultura japonesa, tem pelo menos três representações: tamashii [魂 - alma], konpaku [魂魄 - mônada] e kokoro [心 - consciência/coração]. Existe ainda a ideia de espírito, não como algo “espiritual”, mas no sentido de “estado de ânimo”, e pra essa expressão o conceito japonês é o de seishin [精神], como quando dizemos “hoje vou usar o espírito guerreiro” [bushi no seishin].
O conceito de energia vital, Ki – 氣
Ki é explicado como o movimento do denso (matéria) para o sutil (potentia) e sua grafia tradicional mais conhecida é uma imagem do vapor (气) subindo do arroz (米) enquanto cozinha, ou seja, o movimento entre o denso (arroz, material) e o sutil (vapor, transcendente), então ki é algo que está entre a matéria e o espírito, não é o espírito em si, mas o movimento entre eles.
Por tudo isso Kiai não pode ser “união dos espíritos”. Simplesmente é comum entre os professores de artes marciais pegar um conceito popularizado como esses aqui comentados e ao darem uma olhadinha nos kanji, distorcerem os conceitos para algo que apóia a ideia errada compartilhada pelo senso comum.
KIME
O conceito de Kime – 決め
Kimeru - Definir
Kimeru – Definir
Kime é muitas vezes tratado como “potência”, a capacidade de nosso corpo gerar contração muscular, e com isso força, num pequeno espaço de tempo. Kime, em Karate-Dō, porém, é algo mais complexo, e apresentarei aquia fala do grande atleta e professor Luca Valdesi, da Itália.
Explica Valdesi sensei que o Kime é uma forma particular de usarmos a força. É a capacidade de focalizarmos nossa ação, e realizarmos a máxima contração muscular possível, com todo nosso corpo, no menor instante possível, e coincidindo com o momento em que a técnica está em sua “posição final”, ou de arremate, de conclusão. Seria como compararmos nosso soco com uma arrancada de um carro. Para socar, nosso corpo precisa estar relaxado, senão já está gastando energia que poderia ser usada na contração máxima do final, então arremetemos contra um alvo com toda velocidade possível, mas sem tensões desnecessárias. Então quando a mão que soca chega à posição final, de impacto contra um alvo, aí sim ocorre o Kime, ou seja, a contração máxima de todos os grupos musculares no menor instante possível, transferindo o máximo dano ao adversário. A comparação com a arrancada de um carro seria de que é como quando vemos um carro arrancar com toda velocidade ao abrir o sinal (início do soco) mas frear bruscamente com tudo que pode para não bater em um muro logo depois (Kime).
Valdesi sensei também chamou atenção de que podemos pensar um pouco também na ideia de “ki”, onde meu corpo permanece equilibrado e imóvel, quando o soco é bem executado com Kime, e paramos após nosso punho entrar um pouco na superfície do corpo do adversário, mas a força empregada e a energia intrínseca (Ki) seguem sendo transferidos para o corpo do adversário, causando o maior dano possível. No link abaixo, Valdesi sensei executa um bom kata com a demonstração perfeita do ótimo uso do kime:

Reprodução do site: http://pintokaratedojo.wordpress.com/tag/kime/

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

OSS !

O significado da expressão OSS


OSS
OSS (cuja a transcrição exata do japonês é OSU) é uma expressão fonética formada por dois caracteres. O primeiro caracter "osu" significa literalmente "pressionar", e determina a pronúncia de todo o termo. O segundo caracter "shinobu" significa literalmente "suportar".
A espressão OSS foi criada na Escola Naval Japonesa, e é usada universalmente para expressões do dia-a-dia como "sim", "por favor", "obrigado", "entendi", "desculpe-me", para cumprimentar alguém, etc., bem como no mundo do Karate para quase qualquer situação onde uma resposta seja requerida. Para um karateka, OSS é a palavra mais importante.
A palavra OSS implica em pressionar a si mesmo ao limite de sua capacidade e suportar. OSS significa, de uma maneira mais simples, "perseverança sob pressão". É uma palavra que por si só resume a filosofia do Karate. Um bom praticante de Karate é aquele que cultiva o "espírito de OSS".
OSS não deve ser dito de forma relaxada, usando apenas a garganta, mas, como tudo no Karate, deve ser pronunciado usando o "hara" (tanden). Pronunciado durante o cumprimento, OSS expressa respeito, simpatia e confiança no colega. OSS também diz ao Sensei que as intruções foram compreendidas, e que o estudante irá fazer o melhor para seguí-las.


Reproduzido do site: http://www.budokan.com.br/filosofia/oss.htm